Quando pensamos em um buscador online, pensamos no Google. Já quando o assunto são tablets, o primeiro que vem à mente costuma ser o iPad. Da mesma forma, hoje, “Netflix” é quase que um sinônimo de “plataforma de streaming de filmes e séries”.
Mas nem sempre foi assim. Quando a empresa foi fundada em 1997, por Reed Hastings e Marc Randolph, era apenas uma locadora de DVDs pelo correio, cuja maior concorrente era a Blockbuster, que operava alugando filmes apenas em suas lojas físicas.
Na época, o serviço oferecido pela Netflix era uma grande inovação na indústria. E, enquanto o negócio ia crescendo, a Blockbuster continuava focada em expandir o número de lojas em seu modelo tradicional.
Só que a pequena Netflix sabia que apenas isso não seria o suficiente para atingir centenas de milhões de dólares de valor de mercado. Para tanto, seria preciso inovar, de forma a destacar-se no setor. Afinal, ser o primeiro em um novo mercado pode ser uma vantagem competitiva e tanto. Foi aí que…
A NETFLIX MUDOU SEU MODELO DE NEGÓCIO
Em 2007, a empresa parou de alugar DVDs e lançou sua própria plataforma de streaming, por onde seus assinantes poderiam assistir seus filmes e séries favoritos diretamente do computador.
Com isso, passou a crescer rapidamente, deixando a Blockbuster para trás, com cada vez menos mercado, até declarar falência em 2010.
Enquanto a Netflix já contava com 16 milhões de assinantes e um faturamento de US$ 2 bilhões.
Agora a Netflix estava “sozinha” no mercado, muito à frente de seus concorrentes. A companhia passou a investir fortemente em sua infraestrutura digital e em um sistema de recomendações baseadas no comportamento dos usuários. Até que a concorrência se ligou no tamanho do mercado.
Qualquer mercado em que um player se destaca e passa a movimentar bastante dinheiro irá atrair concorrentes.
Com o streaming de filmes e séries não foi diferente. Diversas outras empresas e muitas que já eram gigantes, inclusive decidiram entrar no segmento.
O principal exemplo foi a Disney. Desde seu lançamento, em dezembro de 2019, o Disney+, serviço de streaming da companhia, já alcançou 130 milhões de assinantes, tendo a ajudado a sobreviver em meio à pandemia.
Já a Netflix ganhou 59 milhões de novos assinantes no mesmo período. Assim sendo, embora a empresa seja a principal do mercado de streaming, a concorrência principalmente representada pela Disney+ está vindo forte para bater de frente como você pode ver na imagem em destaque.
A DISNEY ESTÁ CHEGANDO…
No final da semana passada, a Disney divulgou seus resultados do último trimestre de 2021. Durante o período, a empresa adicionou 12 milhões de novos assinantes para seu serviço de streaming, quase o dobro do esperado por analistas.
Tanto é que o mercado reagiu bem, e as ações da Disney subiram quase 10%, impulsionadas pelo crescimento da base. Com isso, a companhia avança para atingir sua meta de alcançar 230 a 260 milhões de assinantes da Disney+ até o fim de 2024.
Considerando os assinantes do Hulu e da ESPN+ ambos dos quais a Disney é dona a empresa contabiliza mais de 196 milhões de assinantes, o que a deixa perto da Netflix, que, por sua vez, conquistou 8 milhões de novas assinaturas 2/3 do feito da empresa do Mickey, no mesmo período.
O resultado disso? A desaceleração do crescimento de assinantes da Netflix contribuiu para uma queda de mais de 20% no valor das ações da companhia logo após a divulgação dos resultados da maior queda desde 2014.
E O AMAZON PRIME?
Embora conte com mais de 200 milhões de assinantes, apenas uma parcela pequena, de cerca de 10%, possui por conta do serviço de streaming, sendo que a esmagadora maioria das pessoas (80%) são atraídas pelas entregas em um dia, motivo pelo qual a empresa não consta no gráfico.
Os 8 maiores grupos de mídia e de tecnologia dos EUA (Netflix, Disney, Apple, Comcast, Warner Média, Amazon, Viacom CBS e Fox), somados, devem gastar mais de US$ 115 bilhões em novos filmes e séries em 2022.
Só da Disney, é esperado um investimento de US$ 23 bilhões em conteúdos. Já a Netflix deve gastar algo em torno de US$ 17 bilhões.
Ao que tudo indica, essa disputa deve acelerar, o que, no fim das contas, é bom para o consumidor, que se beneficia da competição e passa a ter acesso a cada vez mais e melhores conteúdos.
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