Lembro quando entrei no primeiro dia de aula no curso de informática (Veja como faz tempo ainda se falava informática) que em uma turma com mais de trinta alunos apenas uma era mulher.

Isso se repetiu no curso técnico onde apenas duas mulheres cursaram todo o curso. Na faculdade não foi diferente, elas eram apenas três mas apenas uma concluiu o curso.

Ser mulher e trabalhar com tecnologia sempre foi algo muito distante da realidade. Bem, fundamos a Ravel a quase vinte e seis anos. Ao longo destas décadas, tivemos alguns processos seletivos que até chegamos a entrevistar mulheres.

O fato é que nunca havíamos conseguido preencher uma vaga. A exceção foi a mais de dez anos uma estagiária. Ficou pouco mais de dois meses e acabou indo para um emprego fixo.

Passamos muitos anos sem ter nenhuma mulher no quadro técnico. Isso foi mudando ao longo do tempo e hoje entre as áreas técnica e administrativa, dos atuais 63 colaboradores, 12 são mulheres.

Estamos muito distantes em termos de igualdade, mas confesso que o ambiente e a cultura hoje, são muito mais acolhedores e preparados para que novas mulheres trabalhem e desenvolvam suas carreiras na Ravel.

Também acreditamos estarmos muito mais preparados e abertos do que a algum tempo atrás. Penso que esta é uma evolução necessária.

Ou entendemos que parte importante da inovação e do valor gerado para nossos clientes parte da capacidade das empresas de compreender e assimilar a diversidade.

Acredito que estamos apenas no início desta reflexão e entender alguns pontos históricos vale bastante a pena para podermos corrigir e ajustar as divergência.

Diversidade

PRINCIPAIS RAZÕES PARA AS MULHERES NÃO OPTAREM PELA ÁREA DE TECNOLOGIA

Existe um histórico social e cultural que impede as mulheres, desde crianças, de acreditarem que elas podem atuar na área de tecnologia.

Pesquisas mostram que a partir dos 6 anos as meninas começam a pensar que não são boas para as exatas, logo cria-se um intelecto de que computador é apenas para meninos.

Com a chegada de novas empresas tecnológicas comandadas por homens no setor de programação, a computação passou a ter como foco os meninos. Desta forma, as meninas passaram a não ser estimuladas a seguir carreiras de tecnologia.

As principais razões para as mulheres não optarem por uma carreira em setores de tecnologia tem a ver com questões sociais e culturais.

Dados da empresa PwC apontam que as mulheres deixam de almejar tais profissões por não terem informações suficientes sobre o que envolve trabalhar com tecnologia.

Outro ponto relevante apontado pelo mesmo estudo é o preconceito. As mulheres sofrem preconceitos no ambiente de trabalho, como a promoção por comprovação.

Dados indicam que o público feminino é submetido a padrões mais rígidos. Além disso, quando as mulheres quebram o estereótipo de como deveriam se comportar, os homens começam a enxergá-las como “desagradáveis”.

MULHERES NO UNIVERSO DA TECNOLOGIA NO BRASIL

Nos últimos cinco anos, a participação feminina na área de TI cresceu 60%,  passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Mas, ainda assim, elas representam apenas 20% dos profissionais de tecnologia do país, externando desta maneira o abismo que ainda existe entre as mulheres e o mercado de trabalho.

EMPODERAMENTO FEMININO

Muitas pessoas acham que o empoderamento está ligado a privilégios, mas pelo contrário, esse termo tem conexão com a consciência coletiva, no qual expressa ações para fortalecer as mulheres e promover a igualdade de gêneros.

Para escapar desse ambiente desafiador na área da tecnologia, as mulheres podem utilizar do empoderamento, além de ser uma ótima ferramenta para contribuir com a sociedade, é uma prática necessária no ambiente corporativo.

Diante desses obstáculos, a ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres, que tem por objetivo a implementação de práticas e ações que resultem na igualdade de gênero, principalmente no ambiente de trabalho.

Diversidade e tecnologia

SETE PRINCÍPIOS DA ONU PARA INCLUSÃO DE MULHERES NO AMBIENTE DE TRABALHO

  • Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível;
  • Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação;
  • Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa;
  • Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres;
  • Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing;
  • Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social;
  • Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

É necessário colocar em prática esses princípios para gerar a equidade de gênero no universo empresarial, com isso os desafios enfrentados pelas mulheres, todos os dias, irão diminuir gradativamente.

Quando começar estas ações? Bem, estamos muito atrasados em termos de igualdade de gêneros nas empresas brasileiras. É urgente o tema uma vez que perdemos dinamismo, criatividade e inovação com esta desigualdade.

Sendo assim, hoje já estamos atrasados, quem realmente entende que igualdade de gêneros gera riqueza e melhores relacionamentos humanos está com certeza à frente dos que apenas assistem das suas poltronas tais divergências.

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